Às vezes, quando estou de um jeito que nem mais a tristeza incomoda penso que minh’alma é uma escada.
Então vou subindo, palavra por palavra... Separando as sílabas conforme a capacidade de armazenagem dos meus bolsos. Até que a poesia acena para mim de alguma janela.
E depois some como o vôo que fica na memória tamanha a beleza do pássaro.
Poema (vermelho) de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.
azul de oceania infinito & invisível (((((((((()))))())))))) fumaça em círculos ((((((((((())))))())))) cinzeiro yellow de cinzas nicóticas (((()(((((((((((((((((( certezas e finitudes do pensamento ))))))))))))))))()))))) somente a arte nos salva do abismo ))))(((())))(((())))((() somente o abismo nos preserva da memória
(poema vermelho – lau siqueira, para o blog Poesia é Risco, desenho Luyse Costa)
Poesia é Risco tem uma aura de concretude. Nasceu de uma provocação da revista CultPB. De lá para cá, Lau e Luyse discutem temas e produzem posts periodicamente. Desta forma, Poesia é Risco é uma transgressão necessária, inventiva, libertária... um jeito de seguir em frente, contra a maré das vaidades, contra a diluição da condição humana.