quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Poesia é risco!



Claro que todo mundo já fez isso! Guardanapo + caneta + provocações.
Poesia é risco!


P.S.: estamos de volta.


domingo, 22 de novembro de 2009

razões da linha




nada havia
entre os olhos e
a imensidão do olhar

na pele dormente
em pelos fugidios

(anelo absoluto)

carne em pulsação
ancas sobre um cio
degustado aos gritos

ornamentos d’álma
na luxúria e nos
argumentos sumidos

debrucei-me em seios
e tamanha boca engolia
meu hálito de adagas

como nos vinhedos
por onde as milhas
trucidaram-me

engolido
pelas imensidões
eu disse
s i m




Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

sábado, 14 de novembro de 2009

arquipélago



surreal e cingido
como luas vermelhas
numa noite imunda
de estrelas

cuspindo silêncios
espumados no
repouso duma voz
sombria

volúpia das águas
num oceano denso
de estios

((((((((((((( ( rio )


Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

domingo, 8 de novembro de 2009

devassidown



azul de oceania
infinito & invisível
(((((((((()))))()))))))
fumaça em círculos
((((((((((())))))()))))
cinzeiro yellow
de cinzas nicóticas
(((()((((((((((((((((((
certezas e finitudes
do pensamento
))))))))))))))))())))))
somente a arte nos
salva do abismo
))))(((())))(((())))((()
somente o abismo
nos preserva da
memória

(poema vermelho – lau siqueira, para o blog Poesia é Risco, desenho Luyse Costa)

sábado, 31 de outubro de 2009

colibris do asfalto


a noite é um poço
de intenções avessas

(a maioria mórbida
- algumas nórdicas)

como pássaras dos
becos que por instante
abrem suas asas

e não cantam

...são aves do silêncio
engalhadas no
asfalto

a noite manaíra
fica híbrida diante do
que a sociedade

hipócrita

condena quando nasce


Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

sábado, 24 de outubro de 2009

bailarina


alma imersa
na candura

luz
sombra
& movimento

passos em
delicado traço

e a vida baila
em disfarces


Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

domingo, 18 de outubro de 2009



águas que pulsam
pululam aos ubres
na noite insalubre


Haikai de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

sábado, 10 de outubro de 2009

tulipas





a beleza
mora no hálito
das cores

e a beleza
é frágil

como oceanos
e cordilheiras

...

sobretudo
a beleza é eterna

como a memória
das coisas não
vividas


Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa

sábado, 3 de outubro de 2009

estilhaços




cacos de olhar
ecoados no espelho

semeado em ventos
precisos e incertos por

entre paredes e hálitos

e os dias passam sem
que a vida me devolva

nenhum dos pedaços

Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa

sábado, 26 de setembro de 2009

nada absoluto

um medo algo estranho
submerge em rios
de olhos acesos na rima
das coisas incertas

(pássaros
são o instrumento lírico
das matas)

enlouqueço quando penso

por não saber dos limites
no lumiar das luas

são azuis as cores do oco
dentro de um todo
invisível



Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa

domingo, 20 de setembro de 2009

(POEMA DE GRITAR PELOS BECOS)

O TEMPO
PREPARA SEUS VERBOS
NA SOLUÇÃO DA ESPERA

DO QUE CAMINHA
QUANDO O SOL PERDE
SEU HORIZONTE SANHAUÁ

TECENDO AOS POUCOS
O INSTANTE QUE NÃO PASSA
EM OUTRO QUE NUNCA CHEGA

COMO UMA
SAUDADE QUE PULSA

CINZENTA & NÍTIDA




Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa

Aceitamos sugestões de temas para desenvolvermos nos próximos posts. Esta foi enviada por Ana Priscila Clemente.

sábado, 12 de setembro de 2009

mulheres imaginárias

não virá de ti
o poder das ancas

...quando corres com lobos
no silencioso e íntimo
degredo das vulvas beduínas

numa história sem migalhas
nem sagrações dos teus
. ................medos contidos

(tecendo a existência
na supressão duma histeria
e nas retenções da urina)


não vejo em ti as multidões
diluídas na ternura ou nas luas
espalmadas sob a blusa

nem guardo o olhar que não
te vê no espasmo híbrido
da noite que acolhe desejos

não vejo nada (
......................... ! porra ! )

somente a tua inexistência
e um vazio invisível ecoando
nos latidos da minha pele



Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa
Aceitamos sugestões de temas para desenvolvermos nos próximos posts.

sábado, 5 de setembro de 2009


viver é delicado
argumento de samba
sentimento de fado


***


Um haikai é como uma fotografia. A imagem determina as palavras. Não tínhamos combinado o tema, como antes. Mas, o haikai e o desenho chegaram na mesma sintonia, como se estivesse tudo combinado previamente.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Limite que voa




derme de delicadezas
onde sobreponho o íntimo
__________e resoluto hábito

na verdade apenas
a umidade
__________do lábio

intumescido pendor dos
meus desejos impuros em
hálitos de luas excitadas

metade ausente do homem
no que respira a pele
__________insidiosa da ternura

matriz do que pulsa na
pele em volúpia e sentido
fálico

densidade rubra
disfarçando o vazio

poema de lau siqueira - desenho de luyse costa

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Fagulhas



impulsão dos corpos

que descem e sobem

no coletivo


(pausa)


de tão ausente

quase não vi o rosto


(pausa)


rigor antigo

face e rugas

do invisível


(pausa)


com suas mãos

caminhantes


(pausa)


alinhavo do infinito


(pausa)


bico ferino

realidade ponteaguda


(pausa)


como uma agulha

espetando a memória

de um silêncio absoluto


(lau siqueira – poema vermelho)


poema de lau siqueira - desenho de luyse costa

domingo, 16 de agosto de 2009

O começo de tudo



DIÁLOGOS - I

no olhar da coruja
a noite cobre a janela

na distância do verso
aos rabiscos da lua

no hálito distendido
das nuvens

no instante em que
o medo respira fundo

na embriaguês de tudo
________traço a traço

o poema transborda
no que cala

poema de lau siqueira - desenho de luyse costa