quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tulipa



olhar de pássaro
em pétalas retidas

beleza que fere
e impulsiona o hálito
delicado do vento



Poema de Lau Siqueira e ilustração de Luyse Costa.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

escala



Às vezes, quando estou de um jeito
que nem mais a tristeza incomoda
penso que minh’alma é uma escada.

Então vou subindo, palavra por
palavra... Separando as sílabas
conforme a capacidade de
armazenagem dos meus bolsos. Até
que a poesia acena para mim de
alguma janela.

E depois some como o vôo que fica na
memória

tamanha a beleza do pássaro.




Poema (vermelho) de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.


quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Poesia é risco!



Claro que todo mundo já fez isso! Guardanapo + caneta + provocações.
Poesia é risco!


P.S.: estamos de volta.


domingo, 22 de novembro de 2009

razões da linha




nada havia
entre os olhos e
a imensidão do olhar

na pele dormente
em pelos fugidios

(anelo absoluto)

carne em pulsação
ancas sobre um cio
degustado aos gritos

ornamentos d’álma
na luxúria e nos
argumentos sumidos

debrucei-me em seios
e tamanha boca engolia
meu hálito de adagas

como nos vinhedos
por onde as milhas
trucidaram-me

engolido
pelas imensidões
eu disse
s i m




Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

sábado, 14 de novembro de 2009

arquipélago



surreal e cingido
como luas vermelhas
numa noite imunda
de estrelas

cuspindo silêncios
espumados no
repouso duma voz
sombria

volúpia das águas
num oceano denso
de estios

((((((((((((( ( rio )


Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

domingo, 8 de novembro de 2009

devassidown



azul de oceania
infinito & invisível
(((((((((()))))()))))))
fumaça em círculos
((((((((((())))))()))))
cinzeiro yellow
de cinzas nicóticas
(((()((((((((((((((((((
certezas e finitudes
do pensamento
))))))))))))))))())))))
somente a arte nos
salva do abismo
))))(((())))(((())))((()
somente o abismo
nos preserva da
memória

(poema vermelho – lau siqueira, para o blog Poesia é Risco, desenho Luyse Costa)

sábado, 31 de outubro de 2009

colibris do asfalto


a noite é um poço
de intenções avessas

(a maioria mórbida
- algumas nórdicas)

como pássaras dos
becos que por instante
abrem suas asas

e não cantam

...são aves do silêncio
engalhadas no
asfalto

a noite manaíra
fica híbrida diante do
que a sociedade

hipócrita

condena quando nasce


Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.