domingo, 22 de novembro de 2009

razões da linha




nada havia
entre os olhos e
a imensidão do olhar

na pele dormente
em pelos fugidios

(anelo absoluto)

carne em pulsação
ancas sobre um cio
degustado aos gritos

ornamentos d’álma
na luxúria e nos
argumentos sumidos

debrucei-me em seios
e tamanha boca engolia
meu hálito de adagas

como nos vinhedos
por onde as milhas
trucidaram-me

engolido
pelas imensidões
eu disse
s i m




Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa.

12 comentários:

La Maison d'Ávila disse...

Belos riscos...
Lindas poesias..

Beijos,
Regina.

Gil de todos os dias disse...

Lindo casamento: letrinhas e traços! Adoro!
beijos

Lau Siqueira disse...

Luly, aquela puntinha pe é pamiliar, no?

Unknown disse...

Não podemos contar...

Susanna disse...

Muito doce o momento. Vc sabe dar um traço de enlevo ao sujeito poético na sua vertigem erótica. Dizer "sim" é abismar-se e esquecer-se. A única nuvem que vejo é o hálito de adagas, imagem que contrasta com a doçura com que o olhar deseja o momento. Estou aqui a pensar nas adagas...
Bj!

Lau Siqueira disse...

Pô Susannah, eu sou espada...

Olha... aviso aos visitantes:
eu e Luy estamos em crise. Não pintou climas nem cromas. O blog parou pra ser repensado. Talvez para ser diluído em outras coisas admitidas no meio desse não que o último sábado pintou em nossos elos. enfim... estamos pensando.

Susanna disse...

Ora, Lau! A imagem das adagas é forte... e ela me leva a muitos tons e olhares. E há uma leveza no poema que contrasta com isso, que eu adorei!
Bj!

Erica Maria disse...

tô esperando a volta...

Nine disse...

Uhhh!!!

"hálito de adagas"

Impressionante...

bela composição, e belo desenho!

Lau Siqueira disse...

luy, acho melhor trocarmos o título para "cofrinho".

Unknown disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.
E vc olhou, foi?

luiz gustavo disse...

“...percebo sonhos da tarde
arderem aos flancos -
unhando-se...”