sábado, 12 de setembro de 2009

mulheres imaginárias

não virá de ti
o poder das ancas

...quando corres com lobos
no silencioso e íntimo
degredo das vulvas beduínas

numa história sem migalhas
nem sagrações dos teus
. ................medos contidos

(tecendo a existência
na supressão duma histeria
e nas retenções da urina)


não vejo em ti as multidões
diluídas na ternura ou nas luas
espalmadas sob a blusa

nem guardo o olhar que não
te vê no espasmo híbrido
da noite que acolhe desejos

não vejo nada (
......................... ! porra ! )

somente a tua inexistência
e um vazio invisível ecoando
nos latidos da minha pele



Poema de Lau Siqueira, desenho de Luyse Costa
Aceitamos sugestões de temas para desenvolvermos nos próximos posts.

6 comentários:

Unknown disse...

Maravilhoso! Amei a ilustração e o poema!
Delícia!

Susanna disse...

Como tecer a ausência de algo que se recolhe em nós mesmos, não é? Sua poesia consegue dar corpo ao desejo. Bjs!

Hercília Fernandes disse...

Maravilhoso espaço, Lau. Poesia e arte visual em suntuosa harmonia. Parabenizo aos dois artistas pela fortuna das obras.
Muito apreciei!

Abraços nos dois,
H.F.

Bruno. disse...

Inspirador...

Félix Maranganha disse...

Uma ou outra? Direita ou esquerda? Vermelho ou vermelho? E o mundo dá rodadas!

Blog do Fábio Viégas disse...

Bravo muito bom...forte.
Parabéns!!!